A temporada de furacões no Atlântico de 2025 chamou atenção por um detalhe inédito na última década: até o fim de setembro, nenhum furacão atingiu os Estados Unidos. Normalmente, pelo menos uma tempestade tropical faz landfall no período, mas neste ano, embora quatro furacões tenham se formado, incluindo Humberto, que chegou à categoria 5, todos seguiram trajetórias que os afastaram da costa americana.

Segundo especialistas, a explicação está ligada a fatores como a posição e intensidade do sistema de alta pressão conhecido como Bermuda High e às ondulações do jato de ar sobre o Atlântico. Esses elementos, combinados a condições de ar seco vindo da África e ventos de cisalhamento, desviaram ou enfraqueceram os sistemas que poderiam ter ameaçado o território norte-americano. Em alguns casos, como o de Imelda, até mesmo a interação com outros furacões, como Humberto, foi decisiva para afastar a tempestade da costa.

Apesar dessa “trégua” inesperada, meteorologistas alertam que a temporada ainda não terminou e há sinais de que outubro e novembro podem trazer riscos maiores. O fenômeno La Niña, em fase inicial, deve reduzir o cisalhamento dos ventos, favorecendo a formação e intensificação de novos sistemas tropicais, especialmente no Golfo do México e no Caribe, onde as águas estão mais quentes do que o normal. Isso abre espaço para a possibilidade de furacões mais fortes se desenvolverem rapidamente nos próximos meses.

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