O relatório final do Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB) revelou que o submersível Titan já apresentava danos estruturais significativos antes da tragédia que resultou na morte de cinco pessoas em junho de 2023. Segundo o documento, o casco do veículo sofreu o primeiro comprometimento durante o chamado “mergulho 80”, em 2022, quando os tripulantes relataram ter ouvido um forte “estouro”. Mesmo com esse indício de falha, a embarcação continuou operando em novas expedições, realizando mergulhos adicionais de teste e exploração, até o mergulho de número 88, que culminou na implosão fatal.
As investigações mostraram que, ao longo dos testes subsequentes, o Titan apresentou múltiplas deteriorações no casco, o que agravou ainda mais a fragilidade da estrutura. O NTSB concluiu que a fabricante OceanGate manteve um processo de engenharia inadequado, sem seguir normas básicas de segurança e sem atender aos padrões exigidos para resistir à pressão extrema das profundezas oceânicas. O relatório também destacou que o design do submersível e o uso de materiais experimentais contribuíram diretamente para o colapso catastrófico da embarcação.
Outro ponto crítico apontado pela investigação foi a falta de comunicação e protocolos de emergência. A OceanGate não notificou previamente os órgãos de busca e resgate sobre a expedição, descumprindo as diretrizes da Guarda Costeira dos Estados Unidos. Caso essas medidas tivessem sido adotadas, as equipes de resposta poderiam ter sido mobilizadas com maior rapidez, embora o relatório reconheça que, devido à gravidade e à natureza da implosão, o resgate das vítimas teria sido impossível.