Sean “Diddy” Combs, um dos nomes mais influentes da indústria musical, foi condenado nesta sexta-feira a 50 meses de prisão por duas acusações relacionadas ao transporte de mulheres para prostituição. A decisão, tomada pelo juiz federal Arun Subramanian em Nova York, também impôs ao rapper de 55 anos uma multa de US$ 500 mil, o valor máximo permitido pela legislação. Apesar de o Ministério Público ter solicitado uma pena mínima de 11 anos e as acusações poderem chegar a duas décadas de encarceramento, a sentença ficou abaixo do esperado. Ainda assim, o juiz ressaltou a gravidade dos crimes, afirmando que Combs usou sua fama e poder para explorar mulheres e causar danos irreparáveis às vítimas.
Durante a audiência, que contou com forte presença da mídia e familiares do artista, Subramanian reconheceu a importância de Diddy para a música e a comunidade, mas afirmou que um histórico de boas ações não pode servir como escudo diante das evidências. Os filhos do rapper compareceram emocionados ao tribunal e chegaram a pedir clemência, enquanto a defesa apresentou um vídeo de 11 minutos destacando sua atuação como filantropo e empresário de sucesso. No entanto, o magistrado lembrou que, mesmo após pedir desculpas publicamente a Cassie Ventura, ex-namorada que o acusou de agressões, Combs reincidiu em comportamentos violentos contra outra mulher, identificada como “Jane”. Para o juiz, a pena precisava enviar um recado firme de que a exploração e a violência contra mulheres não seriam toleradas.
Foi também a primeira vez que o músico se pronunciou desde o início do processo. Em lágrimas, Combs classificou sua conduta como “repugnante, vergonhosa e doentia”, pedindo desculpas diretamente a Ventura, a Jane e à própria família. Ele admitiu que suas escolhas destruíram sua reputação, custaram sua carreira e comprometeram sua relação com os filhos. Preso desde setembro de 2024, o rapper havia sido condenado em julho por violações da Lei Mann, que trata de crimes ligados ao transporte para fins de prostituição. O caso ganhou força após denúncias de Cassie Ventura no fim de 2023 e novas acusações no ano seguinte, incluindo buscas federais em mansões de Combs e a divulgação de um vídeo de violência contra a ex-namorada. A sentença representa o ponto mais sombrio da trajetória de um artista que, por décadas, foi celebrado como um dos maiores ícones do hip-hop mundial.