Shayne Coplan, de apenas 27 anos, entrou para a história como o mais jovem bilionário autodeclarado do mundo após a Intercontinental Exchange Inc. (ICE), empresa que controla a Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), anunciar um investimento de até US$ 2 bilhões na Polymarket, plataforma de previsões fundada por ele em 2020. O aporte avaliou a startup em cerca de US$ 8 bilhões, consolidando Coplan como uma das figuras mais promissoras do setor financeiro e tecnológico. O acordo, considerado estratégico, visa fortalecer a presença da ICE no mercado de dados e inovação digital, utilizando a tecnologia blockchain como base.
A Polymarket se destaca por permitir que usuários apostem em resultados de eventos políticos, esportivos, econômicos e até culturais, utilizando criptomoedas e contratos inteligentes. Além do investimento, a ICE anunciou que passará a ser uma distribuidora global dos dados da plataforma, o que promete transformar a forma como o mercado financeiro enxerga previsões baseadas em percepção coletiva. As duas empresas também firmaram uma parceria voltada à tokenização de ativos, tendência crescente no mundo das finanças digitais e que transforma bens reais em representações digitais seguras e rastreáveis, processo similar ao que ocorre com o Drex, a moeda digital do Brasil.
A trajetória de Coplan é marcada por desafios e superação. Ex-estudante da Universidade de Nova York, ele abandonou o curso para investir no mercado cripto e, após fracassos iniciais, chegou a vender seus próprios pertences para pagar o aluguel. Inspirado pelas teorias do economista Robin Hanson sobre mercados de previsão, Coplan lançou a Polymarket durante a pandemia de Covid-19 e enfrentou dificuldades com reguladores americanos, chegando a ser investigado pelo FBI após apostas bilionárias nas eleições de 2024. Hoje, no entanto, o jovem empreendedor colhe os frutos de sua persistência, com sua empresa sendo reconhecida por gigantes do mercado como uma das mais inovadoras do setor financeiro global.