O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que o país possui cerca de 5.000 mísseis antiaéreos portáteis do tipo Igla-S, de fabricação russa, posicionados em pontos estratégicos para defender o território de uma possível ofensiva militar dos Estados Unidos. O anúncio foi feito durante um ato transmitido pela televisão estatal, no qual Maduro apareceu cercado por membros do alto comando das Forças Armadas. O líder venezuelano classificou as recentes movimentações de tropas norte-americanas no Mar do Caribe como “ameaça e assédio”, afirmando que Washington busca derrubar seu governo sob o pretexto de combater o narcotráfico. Segundo ele, os mísseis russos representam uma “garantia de paz” e um alerta a qualquer potência estrangeira que tente violar a soberania venezuelana.

O Igla-S, sistema de defesa antiaérea mencionado por Maduro, é um armamento portátil projetado para derrubar aeronaves em baixa altitude e amplamente utilizado por exércitos aliados de Moscou. O presidente venezuelano destacou que o sistema já foi testado em exercícios militares realizados em resposta à presença norte-americana na região. Nos últimos meses, os Estados Unidos enviaram ao Caribe navios de guerra, aeronaves e um submarino, além de centenas de soldados, como parte de uma operação destinada a combater embarcações que o governo Trump classifica como “narcoterroristas”. Desde o início das ações, em setembro, Washington vem ampliando sua presença militar próxima às fronteiras venezuelanas, aumentando a tensão diplomática entre os dois países.

Enquanto isso, as forças norte-americanas expandiram suas operações para o Oceano Pacífico. Na noite de terça-feira (21), um barco foi bombardeado próximo à costa da América do Sul, em águas internacionais, segundo o secretário de Guerra dos EUA, Pete Hegseth. A ação, a primeira registrada fora do Caribe desde o início da ofensiva antidrogas, deixou dois mortos identificados pelo governo norte-americano como “narcoterroristas”. O presidente Donald Trump defendeu o ataque e afirmou que os Estados Unidos têm autoridade legal para agir em qualquer parte do mundo quando o objetivo for combater o tráfico de drogas. A operação, contudo, foi duramente criticada por especialistas da ONU, que classificaram os bombardeios como possíveis violações do direito internacional. O episódio aprofunda o clima de tensão na América Latina e reforça o tom de confronto entre Washington e Caracas.

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