O presidente Donald Trump anunciou a primeira rodada de sanções à Rússia em seu segundo mandato, em resposta à continuidade da guerra contra a Ucrânia. As medidas atingem diretamente as gigantes petrolíferas Lukoil e Rosneft, consideradas pilares do financiamento da máquina de guerra do Kremlin. O Departamento do Tesouro americano informou que todos os bens e interesses dessas empresas em território norte-americano foram bloqueados, além da proibição de qualquer transação com suas subsidiárias. A decisão reflete o crescente descontentamento de Trump com Vladimir Putin, que, segundo o governo dos EUA, se recusa a encerrar o conflito iniciado em 2022. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, declarou que Washington está preparado para adotar ações adicionais caso Moscou não concorde com um cessar-fogo imediato.

As novas sanções marcam uma mudança significativa na postura de Trump em relação à Rússia, já que, até então, o republicano vinha privilegiando abordagens comerciais em vez de punitivas. No início do ano, ele havia aplicado tarifas adicionais de 25% sobre produtos da Índia em retaliação à compra de petróleo russo, mas evitava medidas diretas contra Moscou. Agora, a ofensiva coloca os EUA lado a lado com a União Europeia e o Reino Unido, que também anunciaram pacotes de restrições à Rússia. O movimento internacional provocou uma reação imediata nos mercados, elevando o preço do barril de petróleo em mais de US$ 2. Paralelamente, o Kremlin reagiu com hostilidade, com o ex-presidente russo Dmitry Medvedev afirmando que as decisões de Trump “representam um ato de guerra contra a Rússia” e que os EUA “entraram de vez no caminho do confronto direto”.

O endurecimento nas relações entre Washington e Moscou ocorre em meio à suspensão de uma reunião planejada entre Trump e Putin, que aconteceria em Budapeste para discutir possíveis acordos de paz. A Casa Branca afirmou que o encontro foi adiado por falta de “condições adequadas”, reforçando o clima de tensão diplomática. Enquanto isso, a Rússia respondeu com exercícios militares nucleares em larga escala, lançando mísseis balísticos de submarinos e bases terrestres, um gesto interpretado como demonstração de força diante das sanções. O impasse nas negociações, somado à escalada militar e econômica, aprofunda a divisão entre as duas potências e coloca em dúvida a possibilidade de um cessar-fogo próximo.

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