As recentes revelações do jornal The New York Times sobre a autorização de operações secretas da CIA na Venezuela marcam uma nova fase nas tensões entre Washington e Caracas. De acordo com a publicação, o governo de Donald Trump deu sinal verde para ações que podem incluir operações letais e outras atividades de inteligência com o objetivo de atingir estruturas ligadas ao tráfico de drogas e, possivelmente, o próprio regime de Nicolás Maduro. A iniciativa surge em meio a uma escalada de acusações mútuas, com os Estados Unidos classificando o governo venezuelano como parte do “Cartel de los Soles”, uma organização considerada terrorista e envolvida no narcotráfico internacional.

Durante uma coletiva na Casa Branca, Trump confirmou que autorizou as operações, justificando que a Venezuela estaria enviando drogas e criminosos aos Estados Unidos. Embora tenha evitado responder diretamente sobre a possibilidade de eliminar o presidente venezuelano, suas declarações indicam que a Casa Branca está disposta a intensificar a pressão contra o regime de Maduro. Essa postura segue uma linha de endurecimento que inclui o envio de navios de guerra ao Caribe, recompensas milionárias por informações sobre o líder venezuelano e bombardeios recentes a embarcações supostamente ligadas a redes narcoterroristas.

A tensão aumentou ainda mais quando três bombardeiros B-52 da Força Aérea dos Estados Unidos foram vistos sobrevoando uma área próxima à Venezuela. As aeronaves, capazes de realizar ataques nucleares e voar por mais de 14 mil quilômetros sem reabastecimento, integram uma frota militar que já conta com oito navios americanos, um submarino nuclear e um esquadrão de caças F-35 posicionados no Caribe. De acordo com registros do site FlightRadar, os B-52 traçaram uma rota curiosa sobre a Região de Informação de Voo (FIR) venezuelana, sugerindo uma possível manobra de guerra psicológica. Para analistas, a demonstração de força militar reforça os sinais de que Washington está disposto a pressionar Maduro até os limites, mantendo a possibilidade de uma intervenção aberta sobre a mesa.

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