O Condado de Los Angeles declarou estado de emergência em meio às intensas batidas promovidas pelo Serviço de Imigração e Alfândega (ICE). A decisão, aprovada pelo Conselho de Supervisores do condado, reflete a crescente preocupação com o impacto dessas operações na rotina e na economia local. Segundo a proclamação oficial, as ações do ICE vêm gerando um “clima de medo generalizado”, levando trabalhadores imigrantes a se ausentarem de seus empregos e forçando empresas a fecharem temporariamente ou de forma definitiva. O relatório apresentado ao conselho mostrou uma queda de 62% na renda média semanal dos imigrantes e destacou casos de ameaças feitas por proprietários a inquilinos, usando o risco de denúncia às autoridades migratórias como instrumento de pressão.

Com o estado de emergência, o condado passa a ter mais liberdade para tomar medidas de resposta rápida, incluindo a contratação de serviços e o acesso a recursos financeiros adicionais. Entre as ações previstas, está a criação de uma moratória temporária de despejos e a implementação de proteções específicas para famílias afetadas pelas batidas migratórias. As autoridades locais afirmam que o objetivo é “apoiar e estabilizar as comunidades impactadas”, garantindo que os imigrantes não fiquem totalmente desamparados. A supervisora Lindsey Horvath destacou que a decisão busca transformar em ação os valores de inclusão e solidariedade do condado. Já Janice Hahn reforçou que a medida é uma resposta direta “ao medo, à dor e à desordem” que as operações federais vêm causando em bairros de imigrantes.

A crise migratória na Califórnia ganhou contornos ainda mais tensos após a recente decisão judicial que proibiu o envio da Guarda Nacional ao estado. A medida havia sido autorizada por Donald Trump em junho para conter protestos contra as batidas do ICE, mas foi considerada ilegal pelo juiz Charles Breyer, de São Francisco. O governador Gavin Newsom celebrou a decisão, afirmando que a militarização das ruas era inconstitucional e perigosa. Em resposta, a Casa Branca acusou o Judiciário de “usurpar a autoridade presidencial” e defendeu que o envio das tropas visava proteger cidadãos e agentes federais.

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