O governo dos Estados Unidos entrou oficialmente em paralisação nesta quarta-feira depois que o Congresso não conseguiu aprovar a extensão do financiamento federal. Sem um acordo orçamentário, diversos serviços públicos começaram a ser interrompidos, e milhares de servidores foram informados de que serão colocados em licença até que a situação seja resolvida. Outros, que atuam em áreas essenciais como segurança, fronteiras e tráfego aéreo, terão de continuar trabalhando, mas sem garantia imediata de pagamento. O impasse entre democratas e republicanos já vinha se intensificando nos últimos dias, e as negociações de última hora não foram suficientes para evitar a crise.

O chamado “shutdown” ocorre quando o Congresso não aprova a liberação de recursos para financiar as operações do governo federal. Na prática, isso impede que agências públicas recebam dinheiro para pagar funcionários e manter serviços em funcionamento, gerando uma onda de impactos que afeta desde turistas, com atrasos em aeroportos e fechamento de museus, até moradores, que podem enfrentar lentidão no acesso a programas sociais e benefícios. Embora aposentadorias e pagamentos de invalidez continuem sendo feitos, diversos setores são diretamente prejudicados, como parques nacionais, zoológicos, tribunais e órgãos de fiscalização. O termo, que se tornou recorrente na política americana, reflete a dificuldade dos partidos em chegar a consensos sobre gastos públicos e prioridades de investimento.

O último grande shutdown nos Estados Unidos ocorreu entre 2018 e 2019, também durante o governo de Donald Trump. Na ocasião, o presidente exigia que o Congresso aprovasse recursos para a construção do muro na fronteira com o México, um de seus principais projetos de campanha. O impasse se estendeu por 35 dias, tornando-se a paralisação mais longa da história americana e deixando um custo estimado de US$ 3 bilhões para a economia do país. Ao final, Trump recuou parcialmente em sua exigência, mas o episódio marcou a intensidade das disputas políticas em Washington. Agora, com o novo bloqueio, o cenário volta a expor as profundas divisões entre democratas e republicanos e a dificuldade em conciliar interesses em ano pré-eleitoral.

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